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metadata.dc.type: | Dissertação |
Título : | Entre as linhas da vida e a arte da pesca: cartografia de processos de subjetivação e corpovivências das mulheres marisqueiras |
metadata.dc.creator: | Lopes, Gizelly de Castro |
metadata.dc.contributor.advisor1: | Silva, Antônio Vladimir Félix da |
metadata.dc.description.resumo: | Introdução: O presente estudo percorre por entre linhas que se entrelaçam na linha da vida, da pesca artesanal e do crochê, que tecem modos de vida das mulheres pescadoras artesanais/marisqueiras. As comunidades tradicionais de pesca e mariscagem, historicamente, tiveram e têm seus modos de vida e existência negligenciados pelo Estado e ameaçados pelos grandes empreendimentos econômicos que invadem e exploram seus territórios e suas águas, impossibilitando o livre acesso às áreas tradicionais e interferindo na dinâmica das vidas humanas, não humanas e mais que humanas. Nos últimos anos, com o avanço global do capitalismo, intensificaram-se os conflitos ambientais e as políticas de morte contra as comunidades tradicionais, corroborados pela flexibilização das leis ambientais e trabalhistas (Félix-Silva, Oliveira & Bezerra, 2021). Diante desse cenário, historicamente, existe um movimento de luta e resistência contra as políticas de desenvolvimento em detrimento da vida, cultura e trabalho das comunidades tradicionais pesqueiras. A frente dessas lutas, destacam-se as mulheres que criaram, em 2005, a Articulação Nacional das Pescadoras Artesanais (ANP) e impulsionaram, ao lado dos homens, o surgimento do Movimento de Pescadores e Pescadores Artesanais (MPP), em 2010. São as mulheres que protagonizam a participação junto ao Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e formam lideranças em movimentos sociais pesqueiros contra as diferentes formas de violências enfrentadas por pescadoras e pescadores artesanais e em defesa dos territórios tradicionais pesqueiros, além de lutar em prol dos direitos trabalhistas e previdenciários, reconhecimento das doenças ocupacionais e da valorização das mulheres na pesca artesanal (Félix-Silva et al., 2021). Nestas linhas, realizamos diálogos com Suely Rolnik, Silva Federici, Maria Lugones, Margareth Rago, Judith Butler, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e outros autores e autoras para acompanhar as corpovivências e os processos de subjetivação das mulheres das águas que estão emaranhados por múltiplas linhas e marcados por lógicas de sujeição que coexistem com modos de resistência. Temos, neste estudo, como Objetivo: Geral cartografar processos de subjetivação e corpovivências de mulheres marisqueiras. E específicos: a) acompanhar as múltiplas linhas da vida das mulheres das águas a partir da sua relação com a arte, a vida e o trabalho artesanal da pesca; b) mapear as narrativas das marisqueiras acerca de seus modos de viver da pesca artesanal; e c) analisar processos de subjetivação, sujeição e resistência das catadoras de marisco. Método: Trata-se de uma cartografia de processos de subjetivação e corpovivências, que nos permite acompanhar os movimentos das mulheres marisqueiras no território e os processos de subjetivação articulados à arte e ao trabalho extrativista da pesca artesanal, reconhecendo e analisando os atravessamentos de gênero, raça e classe. Esta cartografia foi realizada com 17 marisqueiras da Ilha Grande - Piauí, a partir de seis encontros virtuais pela plataforma Google Meet e nove encontros presenciais, entre 14 de maio de 2021 e 08 de junho de 2023, perfazendo um total de 15 encontros. Para acompanhar os processos de subjetivação e mapear as corpovivências das mulheres marisqueiras, por meio da oralidade, foram utilizados, nos encontros remotos, objetos relacionais da arte, ora confeccionados pelas marisqueiras, ora selecionados pelos pesquisadores a partir de temas geradores extraídos do território tradicional pesqueiro, bem como participamos de encontros presenciais realizados pelo núcleo de estudo e pesquisa Tenda de Artes e Educação em Saúde (TeArES), ANP e MPP. As narrativas das mulheres foram gravadas, transcritas e registradas nos diários cartográficos. Para a análise dos processos de subjetivação que emergiram das linhas de pesca e das corpovivências cartografadas, recorremos às concepções de subjetividade e processos de subjetivação da esquizonálise e a conceitos de autoras e autores que pensam a produção de subjetividade colonial-capitalística na contemporaneidade. Os resultados mostram: Na Ilha Grande, as marisqueiras compõem e assumem cargo de direção na Associação de Catadores de Marisco da Ilha Grande, proporcionando discussões sobre a mariscagem, compartilham com a comunidade sobre a vida nas águas, cuidam de si e dos outros, além de lutar pela preservação do meio ambiente em torno da reprodução dos bens comuns: vida, educação, culinária, agricultura familiar, trabalho artesanal da pesca e território das águas. As corpovivências narradas pelas marisqueiras apontam a percepção de si no âmbito da pesca, nas tarefas domésticas, no cuidado com membros da família e com a comunidade; multiplicidade do corpo-território, sobrecarga de trabalho ao desenvolver várias funções ao mesmo tempo durante a mariscagem, além de sua presença na confecção dos materiais para pesca, no manuseio, no preparo e na venda dos seus produtos. Percebemos a determinação e coragem no enfrentamento dos desafios no território das águas, por outro lado, demostram preocupação com atenção à saúde, uma vez que os serviços especializados são distantes do território e não contemplam as demandas das mulheres das águas. Apontam a confiabilidade na união entre elas para manutenção da vida, minimização dos conflitos e fortalecimento da comunidade, e apesar dos desafios que comunidades tradicionais pesqueiras estão vulneráveis, mantêm viva as práticas tradicionais e o cuidado de si para garantir o cuidado do mundo. |
Resumen : | Introduction: The present study goes through lines that intertwine in the line of life, artisanal fishing and crochet, which weave the way of life of women artisanal fishermen/shellfish gatherers. Traditional fishing and shellfishing communities, historically, had and still have their way of life and existence neglected by the State and threatened by large economic enterprises that invade and exploit their territories and waters, making free access to traditional areas impossible and interfering in the dynamics of human, non-human and morethan-human lives. In recent years, with the global advance of capitalism, environmental conflicts and death policies against traditional communities have intensified, corroborated by the relaxation of environmental and labor laws (Félix-Silva, Oliveira & Bezerra, 2021). Given this scenario, historically, there is a movement of struggle and resistance against development policies to the detriment of the life, culture and work of traditional fishing communities. At the forefront of these struggles, the women who created, in 2005, the Articulação Nacional de Pescadoras (ANP) and promoted, alongside men, the emergence of the Movimento de Pescador e Pescadoras Artesanais (MPP), in 2010. They are women who participate in the Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) and form leaders in fishing social movements against different forms of violence faced by artisanal fishermen and fishermen and in defense of traditional fishing territories, in addition to fighting for labor rights and social security, recognition of occupational diseases and the appreciation of women in artisanal fishing (Félix-Silva et al., 2021). Along these lines, we carried out a dialogue with Suely Rolnik, Silva Federici, Maria Lugones, Margareth Rago, Judith Butler, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari and other authors to follow the corporeal experiences and subjectivation processes of water women who are entangled along multiple lines and marked by logics of subjection that coexist with modes of resistance. In this study, our General Objective is to map processes of subjectivation and corporeal experiences of women shellfish gatherers. And specific: a) follow the multiple lines of life of water women based on their relationship with the art, life and artisanal work of fishing; b) map the narratives of shellfish gatherers about their ways of living from artisanal fishing; and c) analyze processes of subjectivation, subjection and resistance of shellfish collectors. Method: This is a cartography of subjectivation processes and corporeal experiences, which allows us to follow the movements of women shellfish gatherers in the territory and the subjectivation processes linked to the art and extractive work of artisanal fishing, recognizing and analyzing gender crossings, race and class. This cartography was carried out with 17 seafood restaurants from Ilha Grande - Piauí, based on six virtual meetings via the Google Meet platform and nine inperson meetings, between May 14, 2021 and June 8, 2023, making a total of 15 meetings. To follow the processes of subjectivation and map the experiences of women shellfish gatherers, through orality, relational art objects were used in remote meetings, sometimes made by shellfish gatherers, sometimes selected by researchers based on generating themes extracted from the traditional fishing territory, as well as participating in face-to-face meetings held by the study and research center Tenda de Artes e Educação em Saúde (TeArES), ANP and MPP. The women's narratives were recorded, transcribed and recorded in cartographic diaries. To analyze the subjectivation processes that emerged from fishing lines and mapped experiences, we resorted to conceptions of subjectivity and subjectivation processes from schizonanalysis and concepts from authors who think about the production of colonialcapitalistic subjectivity in contemporary times. The results show: On Ilha Grande, shellfish gatherers form and take on management roles in the Associação de Catadores de Marisco da Ilha Grande, providing discussions about shellfish gathering, sharing with the community about life in the waters, taking care of themselves and others, in addition to to fight for the preservation of the environment around the reproduction of common goods: life, education, cooking, family farming, artisanal fishing work and water territory. The experiences narrated by the shellfish gatherers point to their perception of themselves in the context of fishing, domestic tasks, caring for family members and the community; multiplicity of the bodyterritory, work overload when carrying out several functions at the same time during seafood gathering, in addition to its presence in the production of fishing materials, handling, preparation and sale of its products. We noticed the determination and courage in facing the challenges in the water territory, on the other hand, they demonstrated concern about health care, since specialized services are far from the territory and do not address the demands of water women. They point out the reliability of the union between them to maintain life, minimize conflicts and strengthen the community, and despite the challenges that traditional fishing communities are vulnerable to, they keep traditional practices and self-care alive to ensure care for the world. |
Palabras clave : | Marisqueiras Pesca artesanal Luta e resistência Processos de subjetivação |
metadata.dc.subject.cnpq: | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA |
metadata.dc.language: | por |
metadata.dc.publisher.country: | Brasil |
Editorial : | Universidade Federal do Delta do Parnaíba |
metadata.dc.publisher.initials: | UFDPar |
metadata.dc.publisher.department: | Departamento 1 |
metadata.dc.publisher.program: | PPG1 |
metadata.dc.rights: | Acesso Aberto |
URI : | http://dspace.ufdpar.edu.br:8080/jspui/handle/prefix/621 |
Fecha de publicación : | 17-jun-2024 |
Aparece en las colecciones: | Programa de Pós-Graduação em Psicologia |
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